Gana confirma outra morte pelo vírus de Marburg
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta quarta-feira (27) mais uma morte em decorrência de infecção pelo vírus de Marburg, da mesma família do ebola, em Gana. Com isso, o país já totaliza três óbitos nos últimos dias. A morte mais recente foi de outro membro da família diagnosticada com o vírus. Além disso, o atual surto soma quatro casos, que seguem sob supervisão da OMS.
A organização alegou por meio do Twitter que está com “extensa investigação de campo em andamento e está no terreno apoiando as autoridades de saúde.”
A doença é considerada pela OMS como altamente violenta, pois causa febre hemorrágica, com taxa de mortalidade de até 88%. A infecção humana pode se dar por meio de uma exposição prolongada a minas ou cavernas repletas de colônias de morcegos Rousettus.
Uma vez que a pessoa é infectada pelo vírus, este ganha a capacidade de se espalhar pelo contato humano direto (com as membranas mucosas, como a boca, por exemplo), através do sangue, secreções, órgãos ou demais fluidos corporais de pessoas infectadas. Além do mais, a infecção pode ser passada pelo contato com superficíes e materiais contaminados, como roupas de cama.
Vale ressaltar que o período que o indivíduo fica com o vírus varia de dois a 21 dias e que a doença começa abruptamente com febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar, e muitos infectados desenvolvem sinais hemorrágicos graves em sete dias.
Últimos casos
Segundo a OMS, os outros dois pacientes, sem relações interpessoais, que testaram positivo para o vírus e vieram a óbito eram da região sul de Ashanti (centro de Gana) e apresentaram sintomas como diarreia, febre, náusea e vômito.
O primeiro era um homem de 26 anos que deu entrada em um hospital no dia 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos internado em 28 de junho e que foi a óbito no mesmo dia.
Outros surtos
A OMS considera dois grandes surtos da doença que ocorreram simultaneamente na Alemanha — em Marburg e Frankfurt — e na Sérvia (em Belgrado), em 1967, e foram responsáveis pelo primeiro reconhecimento da doença.
Na época, os casos foram associados a um trabalho de laboratório realizado com macacos-verdes africanos importados de Uganda.
Posteriormente, diversos surtos e casos esporádicos da doença foram relatados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul (em uma pessoa com histórico de viagem recente ao Zimbábue) e Uganda.
Dois casos de viajantes que testaram positivo após terem visitado uma caverna habitada por morcegos Rousettus, em Uganda, também foram mapeados em 2008.
A doença tem tratamento?
Ainda não existem vacinas ou tratamentos antivirais aprovados contra o vírus de Marburg. A terapia é direcionada à contenção dos sintomas e os cuidados são clínicos, como reidratação com fluidos orais ou intravenosos.
Uma série de tratamentos potenciais, como terapias imunológicas e medicamentosas, bem como vacinas candidatas com dados de fase 1, está sendo avaliada.
Fonte: D24am