28 de dezembro de 2024

Honda, Nissan e Mitsubishi confirmam negociações para fusão histórica

As gigantes japonesas Honda e Nissan anunciaram nesta segunda-feira (23) que estão em negociações avançadas para uma fusão, marcando um momento significativo para a indústria automobilística. A confirmação foi feita em uma coletiva de imprensa conjunta em Tóquio e destaca a crescente pressão do mercado, dominado pela ascensão das montadoras chinesas e pela liderança de empresas como Tesla e BYD. A união das duas montadoras criaria o terceiro maior grupo automotivo do mundo, atrás apenas de Toyota e Volkswagen.

A fusão combinaria recursos e expertise, com as empresas projetando vendas anuais de 30 trilhões de ienes (cerca de US$ 190 bilhões) e um lucro operacional superior a 3 trilhões de ienes. Além disso, a Mitsubishi Motors, que tem a Nissan como principal acionista, também estaria considerando se juntar ao novo conglomerado, o que elevaria as vendas globais do grupo para mais de 8 milhões de veículos. A parceria seria um movimento estratégico para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo.

Toshihiro Mibe, CEO da Honda, afirmou que a fusão é uma medida necessária para a sobrevivência das empresas frente aos desafios do setor automotivo. “A ascensão das montadoras chinesas e novos participantes mudaram o cenário global. Precisamos nos adaptar para competir até 2030, ou seremos superados”, disse. A colaboração se concentraria em áreas chave como eletrificação e desenvolvimento de software, setores cruciais para o futuro da mobilidade. Ambas as empresas enfrentam desafios no mercado chinês, onde as vendas caíram devido à crescente preferência por veículos elétricos e híbridos locais.

As negociações devem ser concluídas até junho de 2025, com a criação de uma holding prevista para agosto de 2026. No acordo preliminar, a Honda será responsável por nomear a maior parte do conselho da nova entidade. Isso também resultaria na retirada das ações da Honda e da Nissan de suas respectivas bolsas de valores. O cronograma ambicioso reflete a urgência da fusão, mas também enfrenta críticas, como as de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, que duvida da eficácia da parceria devido à falta de complementariedade entre as empresas.

O anúncio teve impacto imediato no mercado, com as ações das três montadoras registrando alta: Honda subiu 3,8%, Nissan 1,6% e Mitsubishi Motors 5,3%. O índice Nikkei também fechou em alta de 1,2%, refletindo otimismo quanto à consolidação das empresas japonesas. Se concretizada, a fusão não apenas mudará o panorama da indústria automobilística global, mas também testará a viabilidade de alianças entre rivais em um setor em constante transformação.

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